sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Notícias com Falta de Ar

Um homem de 51 anos desapareceu em Requião sem razão aparente. O episódio está a intrigar família, amigos e vizinhança há cerca de duas semanas, dada a natureza calma e aparentemente pouco aventureira da pessoa em questão. O assunto está a ser acompanhado pelas entidades competentes e já foi alvo de várias buscas em torno da residência do homem. Entretanto, a família já distribuiu vários cartazes em locais públicos com a foto da pessoa a pedir pistas a quem as tiver. É daquelas notícias que, ao contrário de tantas outras, deveria ser merecedora da maior atenção e divulgação da comunicação social local, quer pela actualidade do assunto (desaparecimento de pessoa pacífica, em contexto geográfico calmo e sem razões plausíveis aparentes), quer pela dimensão ética do mesmo, que deveria remeter automaticamente para uma forte divulgação de forma a serem aumentadas as hipóteses de serem encontradas quaisquer pistas sobre o paradeiro da pessoa. E o que fazem os jornais locais? O Povo Famalicense desconhece o problema. O Cidade Hoje idem, aspas, aspas. O Opinião Pública remete-o para uma das suas últimas páginas, sem desenvolvimento e qualquer ilustração. O Jornal de Famalicão também não sabe o que se passa. Assim vai a imprensa deste concelho, à espera que a comunicação social nacional pegue no assunto para depois fazerem manchetes. É jornalismo de quatro paredes e um computador, que não descortina as angústias e inquietudes que vão cá fora, por mais visíveis que elas sejam. Pena é que assim seja e que assim não seja convenientemente cumprida uma das missões maiores do jornalismo: o serviço público.

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